terça-feira, 12 de julho de 2011

Felipe sai de Guaianazes para se superar rumo ao bronze no Mundial

Na primeira viagem para fora do país, paulistano de 16 anos consegue seu melhor resultado no octatlo. 'Botei o coração na ponta do tênis e corri', conta


Felipe Vinicius dos Santos atletismo - carrossel (Foto: Marcelo Ferrelli/CBAt) De Guaianazes, bairro da capital de São Paulo com renda média de R$ 580 e índice (alto) de homicídios superior a 85 por 100 mil habitantes, para o mundo. A trajetória de Felipe Vinicius dos Santos, 16 anos, incluiu a medalha de bronze no Mundial Juvenil de Atletismo no caminho do atleta.
O jovem, criado pela mãe, com três irmãos, estuda no 1º ano do ensino médio. Em Lille, sede do Mundial Juvenil, ele disputou a primeira competição internacional na primeira vez em que viajou para fora do Brasil. Alcançou o bronze no octatlo, com 5.966 pontos, seu melhor resultado. Na prova, que reúne oito modalidades combinadas em dois dias, ele chegou à última etapa em sétimo lugar.
- A última foi a corrida dos 1.000m. Na prova anterior, o dardo, estava me sentindo meio mal, mas ali botei o coração na ponta do tênis e corri - disse Felipe ao SporTV.com, pelo telefone.
Saiu para o pódio, apenas dois anos depois de chegar ao clube e encarar competições fora das aulas de educação física do colégio.
- Comecei a competir na escola, aos 13 anos, em diversas modalidades: 100m, peso, distância. Um professor me encaminhou ao Ibirapuera, mas não fui. Depois, me levou a uma peneira no Centro Olímpico. Já tinha 14 anos. Só não fazia as provas de fundo e, ali, passei a correr os 400m, os 800m, e os 1.000m. Então, fui para o combinado (octatlo) - contou Felipe.
O paulistano treina todos os dias num período de até quatro horas.
- De repente, as coisas foram acontecendo. Eu me destacava mais que os outros nos treinos.
No próximo dia 30, ele completa 17 anos. A festa começou a ser realizada no hotel em Lille. Pelo telefone, conversou com a mãe. E, no jantar com o restante da delegação brasileira, recebeu um brinde.
- Penso passo a passo, no próximo ano, no Mundial (Júnior), depois no Sul-Americano de 2013, que será o último na minha categoria. Deixo as Olimpíadas de 2016, no Rio, mais para a frente, mas é claro que pretendo estar lá.
O Mundial Juvenil, em que Felipe foi bronze, é para atletas de 16 e 17 anos. O Júnior, para competidores com 18 e 19 anos. Na transição para o adulto, Felipe disse que pretende seguir no decatlo, a sucessão natural do octatlo disputado pelos jovens da base.
- Tenho muito apoio do meu técnico, Felipe Siqueira, é um grande amigo meu. Quando acabou minha prova, chorei. Só pensei que tinha terminado aquelas oito provas e queria encontrar meu técnico para dar um abraço. Sabia que podia ter um bom resultado, mas fui passo a passo.
O SporTV2 transmite o Mundial Juvenil de Atletismo nesta sexta-feira, a partir das 10h25m (de Brasília), com narração de Clayton Carvalho e comentários de Lauter Nogueira.

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