No intervalo de apenas um ano, Rodrigo e Diego deixam antigo estilo de vida de lado pelo sonho de completar desafio entre o Chile e a Argentina
Dois irmãos fumantes, sedentários e acima do peso resolveram mudar radicalmente de vida. Cansados de sentir adrenalina somente pela televisão, Rodrigo e Diego Tramontina decidiram inovar e traçaram um objetivo ousado: participar da edição 2012 do Cruce de Los Andes, prova de mais de 100km entre a Patagônia Chilena e a Argentina. A ideia surgiu em setembro de 2010, e, em fevereiro deste ano os dois estavam suando a camisa na esteira do cardiologista. Os amigos da dupla não levaram fé e fizeram até apostas de que a desistência viria logo. Ledo engano.
É verdade que o caminho até o ponto de partida dos 106 quilômetros do desafio pelos Andes ainda é árduo e longo. A prova em si, nem se fala. Mas a evolução da dupla é incontestável. Tanto que, após muitas caminhadas, lesões e testes físicos, os irmãos Tramontina, em quase cinco meses de um treinamento profissional, já participaram de provas de até 28 quilômetros. A última, um pouco menos intensa, foi a Meia Maratona de Curitiba, no último domingo. Pouco se comparado a um desafio do porte do Cruce de Los Andes. Mas muito quando se avalia a evolução de ambos.
- Estamos indo bem. Tanto é que nosso objetivo inicial, que era só acabar a prova, já mudou. Agora, queremos chegar entre os 250 primeiros, sem contar com o pelotão de elite - diz Rodrigo, o idealizador do projeto.
Disputada em duplas, a prova deverá ter, somando todas as categorias, por volta de 700 equipes, muitas delas brasileiras. Em sua 14ª edição, ela mexe com o imaginário dos corredores aventureiros. Afinal, serão 106 quilômetros a serem percorridos em três dias pelas montanhas dos Andes. A distância do trajeto, porém, não é o maior obstáculo. Entre subidas e descidas, o percurso vai passar ao lado de um vulcão a 2.400 metros de altitude, e a expectativa é a de que, dependendo de como estiver o clima na época, 6 a 19km do trajeto sejam percorridos na neve.
O tamanho da aventura explica um pouco a obsessão de deixar uma vida sedentária para “estrear” logo em um desafio deste porte. Além disso, Rodrigo, que já perdeu 14kg desde o início dos treinamentos, enquanto o irmão emagreceu 11kg, acredita que esta corrida já o persegue há algum tempo e não tinha mais como fugir.
- Esta prova me persegue há quase 10 anos. Em 2004, fui a trabalho para Buenos Aires e vi um grupo de argentinos treinando para a prova. No ano seguinte, por coincidência, eu vi este mesmo grupo treinando no Brasil. Fui para a Argentina em 2009 e conheci uns brasileiros treinando para o desafio. Não bastasse isso, em fevereiro do mesmo ano, conheci uma agente de viagens que vendias pacotes para o evento e ainda encontrei uns brasileiros que estavam viajando para fazer a prova. Em setembro de 2010, não teve jeito. Liguei a televisão e vi um programa que falava do Cruce de Los Andes. Decidi na hora que teria que mudar de vida e chamei meu irmão para participar comigo - diz Rodrigo, que trabalha no ramo da agronomia.
Equipe de primeira acompanha os irmãos
Só não dá para dizer que os dois estão sozinhos nessa. Para fazer tudo direitinho, eles montaram uma equipe com: três treinadores exclusivos, um cardiologista, um ortopedista, um nutricionista e uma fisioterapeuta. Não bastasse isso, tem até uma produtora de filmagem registrando todos os momentos da dupla. Até o momento já foram 14 vídeos gravados.
- O vídeo é para documentar isso que está acontecendo em nossa vida. Uma herança para mostrar o que nós conseguimos aos nossos filhos, sobrinhos e netos. E também para divulgar a equipe. Na verdade, não queremos fazer negócio. Sou de outro ramo. Queremos servir de exemplo para quem acha que não pode mais superar limites. Quero aparecer na mídia como alguém que mostra que isso é possível - acrescenta Rodrigo.
Calendário: corridas de rua no mês de julho
Apesar de não estar neste projeto para ganhar dinheiro, a dupla também não planeja ficar no prejuízo. Contabilizando a equipe montada, equipamentos, inscrições e tudo mais que envolve o evento, Rodrigo acredita que vá gastar R$ 90 mil até fevereiro de 2012. Por isso, já busca patrocínios que possam aliviar essas despesas.
O alto preço, porém, vai além do aspecto financeiro, como a luta contra o cigarro, por exemplo. Enquanto Diego passou fácil por essa, Rodrigo ainda sofre para conseguir vencer o vício, embora garanta que já tenha deixado o tabagismo para trás. Conciliar a rotina de treinos puxados e trabalho também é complicado. Por isso, o despertador toca às 5h, e lá vão os dois para a rua correr. Tudo isso para vencer antigos hábitos ruins e mostrar que é possível sonhar alto.
Ainda falta muito chão para que a dupla conquiste o objetivo. Mas o bolão inicial, onde quase todos apostavam que a dupla não aguentaria dois meses de treino, acabou resultando num par de tênis para Rodrigo - e dos caros, diz ele. Por isso, o quadro se inverteu, e a aposta dos amigos é a de que os irmãos Tramontina vão, sim, percorrer os 106km do Cruce de Los Andes, em fevereiro do ano que vem.
É verdade que o caminho até o ponto de partida dos 106 quilômetros do desafio pelos Andes ainda é árduo e longo. A prova em si, nem se fala. Mas a evolução da dupla é incontestável. Tanto que, após muitas caminhadas, lesões e testes físicos, os irmãos Tramontina, em quase cinco meses de um treinamento profissional, já participaram de provas de até 28 quilômetros. A última, um pouco menos intensa, foi a Meia Maratona de Curitiba, no último domingo. Pouco se comparado a um desafio do porte do Cruce de Los Andes. Mas muito quando se avalia a evolução de ambos.
Irmãos terão que percorrer 106 quilômetros pelas montanhas andinas
Disputada em duplas, a prova deverá ter, somando todas as categorias, por volta de 700 equipes, muitas delas brasileiras. Em sua 14ª edição, ela mexe com o imaginário dos corredores aventureiros. Afinal, serão 106 quilômetros a serem percorridos em três dias pelas montanhas dos Andes. A distância do trajeto, porém, não é o maior obstáculo. Entre subidas e descidas, o percurso vai passar ao lado de um vulcão a 2.400 metros de altitude, e a expectativa é a de que, dependendo de como estiver o clima na época, 6 a 19km do trajeto sejam percorridos na neve.O tamanho da aventura explica um pouco a obsessão de deixar uma vida sedentária para “estrear” logo em um desafio deste porte. Além disso, Rodrigo, que já perdeu 14kg desde o início dos treinamentos, enquanto o irmão emagreceu 11kg, acredita que esta corrida já o persegue há algum tempo e não tinha mais como fugir.
- Esta prova me persegue há quase 10 anos. Em 2004, fui a trabalho para Buenos Aires e vi um grupo de argentinos treinando para a prova. No ano seguinte, por coincidência, eu vi este mesmo grupo treinando no Brasil. Fui para a Argentina em 2009 e conheci uns brasileiros treinando para o desafio. Não bastasse isso, em fevereiro do mesmo ano, conheci uma agente de viagens que vendias pacotes para o evento e ainda encontrei uns brasileiros que estavam viajando para fazer a prova. Em setembro de 2010, não teve jeito. Liguei a televisão e vi um programa que falava do Cruce de Los Andes. Decidi na hora que teria que mudar de vida e chamei meu irmão para participar comigo - diz Rodrigo, que trabalha no ramo da agronomia.
Equipe de primeira acompanha os irmãos
Só não dá para dizer que os dois estão sozinhos nessa. Para fazer tudo direitinho, eles montaram uma equipe com: três treinadores exclusivos, um cardiologista, um ortopedista, um nutricionista e uma fisioterapeuta. Não bastasse isso, tem até uma produtora de filmagem registrando todos os momentos da dupla. Até o momento já foram 14 vídeos gravados.
Rodrigo faz testes com cardiologista, e equipe de vídeo registra todos passos
Calendário: corridas de rua no mês de julho
Apesar de não estar neste projeto para ganhar dinheiro, a dupla também não planeja ficar no prejuízo. Contabilizando a equipe montada, equipamentos, inscrições e tudo mais que envolve o evento, Rodrigo acredita que vá gastar R$ 90 mil até fevereiro de 2012. Por isso, já busca patrocínios que possam aliviar essas despesas.
O alto preço, porém, vai além do aspecto financeiro, como a luta contra o cigarro, por exemplo. Enquanto Diego passou fácil por essa, Rodrigo ainda sofre para conseguir vencer o vício, embora garanta que já tenha deixado o tabagismo para trás. Conciliar a rotina de treinos puxados e trabalho também é complicado. Por isso, o despertador toca às 5h, e lá vão os dois para a rua correr. Tudo isso para vencer antigos hábitos ruins e mostrar que é possível sonhar alto.Ainda falta muito chão para que a dupla conquiste o objetivo. Mas o bolão inicial, onde quase todos apostavam que a dupla não aguentaria dois meses de treino, acabou resultando num par de tênis para Rodrigo - e dos caros, diz ele. Por isso, o quadro se inverteu, e a aposta dos amigos é a de que os irmãos Tramontina vão, sim, percorrer os 106km do Cruce de Los Andes, em fevereiro do ano que vem.
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